Masterclass

Be the conductor to changes in the world

Como sempre, começamos o Encontro com uma Masterclass, na sexta-feira à tarde. Em todos os Encontros, é convidada uma pessoa de fora da comunidade ibérica para nos desafiar e levar mais longe. Este ano, será a Michele Chung, com o tema “Conduct Your Life Like a Playback Event – be the conductor to changes in the world”.

Michele Chung

Artista independente de Hong Kong a viver no exílio, defensora dos direitos humanos, defensora e promotora dos direitos das pessoas com deficiência, praticante de Teatro Playback. Michele assistiu a uma performance de Playback pela primeira vez em 1997, o ano em que a administração de Hong Kong foi entregue à China. Desde 1999, começou a envolver-se cada vez mais com esta forma de teatro comunitário, que tem aplicado em muitos sectores diferentes ao longo dos anos, acabando por se focar na área da acessibilidade e da inclusão. Michele formou-se na antiga Escola de Teatro Playback em 2004, tornou-se presidente da IPTN em 2015 e deixou o cargo dois anos depois. É uma formadora directa, honesta e franca, mas também humilde, com uma consciência aguda sobre os temas da inclusão e da exclusão e sobre o facto de que todas as pessoas são seres humanos. Odeia escrever sobre si própria, pelo que seria interessante que viessem participar no workshop para conduzirem a sua história e para a conhecerem melhor, enquanto ela partilha convosco as suas aprendizagens e reflexões nos seus 25 anos de trabalho com Playback, tanto na facilitação como em performances.

Conduz a tua vida como um evento de Playback – sê quem conduz mudanças no mundo

“Sê a mudança que queres ver no mundo” – esta citação de Gandhi tem sido o meu propósito de vida há muitos anos. No entanto, chega um ponto em que “ser a mudança” não é suficiente. Descobri que, para além disso, precisamos também de ser pessoas condutoras dessas mudanças, o que significa ser o canal que permite que as mudanças passem por nós e sejam canalizadas para fora, idealmente formando um circuito em paralelo. Como praticante de Playback, acredito que a melhor maneira de fazer isso é aplicando as nossas competências de condução para genuinamente nos tornarmos na pessoa condutora não apenas de um evento de Playback, mas da nossa própria vida.

Um circuito paralelo tem dois ou mais caminhos para a corrente fluir. Ao contrário do que acontece com um circuito em série, quando um dos caminhos é cortado, os outros não são afectados. Um evento de Teatro Playback deve ser conduzido da mesma maneira: desenhamos a estrutura, o fluxo e as perguntas de modo a que, mesmo que uma das histórias não consiga capturar a essência do que está a acontecer no espaço, o conjunto das outras histórias possa continuar a fluir e a conectar-se com o público. Estaríamos a mentir a nós mesmes se pensássemos que podemos sempre fazer justiça a cada história partilhada, naquela que é uma forma de teatro improvisada. Assim, o trabalho de uma pessoa condutora é garantir que, quando ocorre uma “falha”, isso não significa o fim de todo o espectáculo, mas apenas um pequeno distúrbio que pode ser corrigido puxando fios vermelhos (red threads), como se estivéssemos a refazer a ligação do circuito para fazer com que a lâmpada possa iluminar de novo.

Na primeira parte do workshop, vamos explorar esta estrutura do circuito paralelo para conduzir um evento de Playback, incluindo workshops e performances. Após o intervalo, voltaremos para experimentar as várias formas possíveis como estas estratégias podem ser aplicadas na vida real para favorecer mudanças no mundo real.

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